terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Diário de uma Paixão


Eu já tinha ouvido falar de The Notebook antes. Aliás, várias vezes antes. Sempre foi um daqueles filmes que eu paquerava na prateleira da locadora. Ou que as pessoas comentavam o quanto tinham gostado de ver e como eu iria adorar. Ou faziam aquela expressão de surpresa e diziam: "mas coooomo tu ainda não viu?". Pois é.
A história é baseada no livro de Nicholas Sparks - que eu já comentei por aqui. É dele o amável Dear John. Foi depois de terminar de lê-lo que fiquei com vontade de ver todos os filmes e ler todos os livros que tivessem qualquer coisa a ver com ele. Essa ambição toda diminui em alguns dias, mas a vontade de ver The Notebook cresceu e voilà.

"If you are a bird, then I am a bird."

É uma coleção de muitas cenas lindas. Rachael McAdams encarna Allie, essa garota intensa, sorridente e brincalhona. Enquanto o misterioso Ryan Gosling é Noah, um jovem aventureiro, apaixonado e... cheio de surpresas. Os dois formam um daqueles casais fofos, que todas nós - adolescentes de 17 anos que cresceram ouvindo histórias como "A Dama e o Vagabundo" - simplesmente adoramos.
Problemas de continuidade à parte, The Notebook encanta pela história de amor previsível e cheia de clichês - e, principalmente, pelo fato de algo assim ainda nos emocionar tanto a ponto de doer no peito e fazer água salgada escorrer pelas bochechas.
Quem ainda não viu, vá ver preparado. Saiba que não é um daqueles filmes que mudam a nossa vida ou que são essenciais. Mas que é uma história linda, com personagens cativantes e, que se você estiver aberto, pode ser um bom acompanhamento pra uma segunda-feira de noite.

O FILME
título original: The Notebook
diretor: Nick Cassavetes
ano: 2004
país: EUA
roteiro de: Jeremy Leven, Jan Sardi

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Flipped: O Primeiro Amor


Eu tenho essa tendência a super-estimar filmes água-com-açúcar, que contem histórias de amor bonitinhas e com finais felizes. Mas às vezes é difícil até pra mim.
Flipped é mais um filme com crianças que fala sobre a sociedade americana, sua estrutura familiar e as relações humanas. Tudo isso narrado em primeira(s) pessoa(s) pelos protagonistas, em um estilo de "vamos reconstruir cada sequência de cenas de acordo com o ponto de vista dos personagens principais, preenchendo qualquer momento de silêncio com seus pensamentos". Essa ideia, na primeira cena, parece ser divertida e bem bolada. Causa-se um contraste engraçado entre as personalidades das crianças e as diferenças de personalidade entre meninas e meninos de seus 7 anos de idade. Com o passar do filme as crianças viram adolescentes, o truque narrativo perde a graça e os estereótipos familiares ficam mais e mais forçados a cada diálogo.
Não vale a pena pagar para assisti-lo: seja em dinheiro ou em tempo de download. Agora, quando ele estiver passando em alguma Sessão da Tarde e for primavera e os jardins estiverem floridos e você estiver de bom humor, bom, aí vale a pena dar uma espiadinha. hehe /trocadilho global fail

O FILME
título original: Flipped
diretor: Rob Reiner
ano: 2010
país: EUA
roteiro de: Rob Reiner e Andrew Scheinman

Abutres



O Segredo dos Seus Olhos , o outro filme que eu vi com o Ricardo Darín, foi um daqueles filmes ótimos. Ele foi lindo, instigante e surpreendente. A história era boa, os personagens apaixonantes e a fotografia tremendamente bonita. Por isso eu fiquei com tanta vontade de ver Abutres. Uma comparação ingênua e infeliz da minha parte. São filmes que não tem absolutamente nada a ver um com o outro - e eu já deveria saber disso.
Achei Abutres um filme chato. Comecei a me remexer na cadeira lá pelos 45 minutos. E daí pra frente minha angustia em terminar logo e ir embora só fez aumentar. Aí, quando subiu os créditos, fiquei aliviada e fui direto pra fora da sala, onde ouvi uma outra garota falando algo como: "É, muito filme pra pouca história". E pronto: achei a definição dela perfeita.
Claro que talvez - bem provavelmente, na real - seja falta de sensibilidade e bom gosto da minha pessoa. O filme deve ser muito bom, com uma qualidade técnica e linguística requintada, atuações como pouco se vê hoje em dia e blablabla. Eu achei chato. E demorei séculos pra entender o que exatamente o personagem de Darín fazia. /idiota mode on.
Fica aí uma questão de gosto - que a gente até pode discutir ;)



O FILME
título original: Carancho
diretor: Pavblo Trapero
ano: 2010
país: Argentina, Chile, França, Coréia do Sul
roteiro de: Alejandro Fadel, Martín Mauregui, Santiago Mitre e Pablo Trapero

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

The Edukators

os seus dias de fartura estão contados

Eu confesso que nunca assisti muitos filmes alemães. Pra falar a verdade, dá pra contar nos dedos quantos eu já vi. Nos dedos de uma mão só. O mais curioso - e só percebi isso nesse exato momento - é que dos 4 filmes de origem germânica que eu vi, acho que nenhum dos 4 é menos do que ótimo. Ouso dizer mais: acho que nenhum dos 4 é menos que cinco pipocas.
A Onda,  A Fita Branca e Corra, Lola, Corra. E agora The Edukators.
Dos problemas de distribuição cinematográficas no nosso país todo mundo está ciente (ou não. whatever) . O curioso é que essa questão (de que nenhum filme que não seja americano chegue às nossas telas e prateleiras) tem um lado positivo. Os filmes "estrangeiros" que chegam são sempre muito, muito bons. Como nenhum país no resto do mundo tem cacife pra bancar uma produção nos padrões técnicos de Hollywood, bom, é aquela coisa né "quem não tem cão, caça com gato". É assim que nos deparamos com produções gravadas em vídeo, com uma câmera na mão meio marginal, uma imagem meio bagunçada e histórias que transbordam veracidade, beleza e qualidade - por exemplo, The Edukators.
O filme começa com imagens de uma câmera de segurança. Ou de várias. E com um rock'n'roll digno de respeito /aliás, os alemães têm um gosto musical muito bom, fikdik/. Com uma história mais original que as histórias inglesas e com um ritmo bem mais "digerível" do que os franceses, The Edukators é uma daquelas obras primas importadas de Cannes que precisam ser vistas. E com uma história de amor (seria de amor?). Mas com um "romance" que, dessa vez, passa longe de ser meigo e fofo. Com um romance cru, sem aquela manta de açúcar derretido que a gente encobre todos os romances, pra que seus personagens pareçam um pouco mais perfeitos. Em The Edukators os personagens não são nem cozidos - quanto mais cobertos com calda de caramelo. 
Jan, Jule e Peter são jovens que não se conformaram com o jeito como o mundo funciona - cada um ao seu modo. O trabalho do diretor, Hans Weingartner, e do outro roteirista é brilhante. O perigo aqui era o de deixar os personagens cairem nos velhos estereótipos. O "jovem revoltado e culto", ou a "garota porra-louca que não sabe direito o que faz" ou o "playboy que paga de marginal". Felizmente, isso não acontece. O modo como Jan está presente na tela, alguma coisa no ator que eu não sei identificar, faz com que seu personagem seja crível o tempo todo. Os seus discursos de esquerda se diluem e antes que a gente se dê conta já é contagiado por aquele ar de líder e quase nos tornamos espectadores-pregadores de seus ideais. Peter, que poderia ter virado o personagem "chato", sai de cena na hora certa - e volta na hora mais certa ainda. E Jule, minha preferida (por que será?), consegue ser perfeita em todos os seus defeitos e erros. E uma personagem que, em qualquer outro momento, se tornaria odiada e fuzilada com tomates pela platéia, acaba sendo... compreendida.
Em um século em que os bons filmes raramente são construídos assim por causa de boas histórias, The Edukators é um baú cheio de moedas de ouro encontrado no fundo do quintal. Um quintal que fica do outro lado do oceano, mas que tem sido canteiro de ótimos arbustos. hehe. =)

O FILME
título original: Die fetten Jahre sind vorbei
diretor: Hans Weingartner
ano: 2004
país: Alemanha, Austria
roteiro de: Katharina Held, Hans Weingartner

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dear John [Soundtrack]

O bom dessas comédias românticas adolescentes é que suas trilhas sonoras sempre vêm recheadas de boas músicas, com letras lindinhas e melodias viciantes. Apesar de Dear John não ser uma comédia romântica nem um filme "teen", sua trilha sonora é tão encantadora como se fosse.
E, em alguns momentos, além de encantadora - incrivelmente surpreendente.

O álbum já começa bem por cima, com "Paperweight": ela é toda melodia, beleza e poesia. Perfeitamente linda - na falta de adjetivo melhor. E perfeitamente moldada pro filme, pra história de John e Savannah, e pra qualquer um que esteja apaixonado.
Logo na track 2, "The Moon", já aparece a nossa primeira surpresa (ou pelo menos a minha). The Swell Season. Ok, pelo nome é bem provável que você não conhece. Talvez alguém se lembre do Oscar de 2007 quando, surpreendendo quase todo mundo, uma dupla de irlandeses meio desconhecidas levou o prêmio de "Melhor Canção Original". Falling Slowly foi composta para Once, um filme fora do comum, com uma fotografia meio documental, que conta a magnífica história de uma garota cujo aspirador de pó está quebrado e de um garoto que toca violão nas ruas da Irlanda. Essa garota (Markéta Irglová) e esse garoto (Glen Hansard) são os atores do filme e os compositores de toda a trilha sonora. Aí, no ano seguinte, os dois formaram uma banda-de-dois: The Swell Season. Daí a minha ótima surpresa ao ouvir o refrão da canção e perceber do que se tratava.
As baladas continuam ótimas, alternando uma batida mais agitada com outra mais down. Bem como é o filme, alternando as idas e vindas de John. Até a faixa 6.
Eaí tem a voz fininha da Amanda Seyfried, toda meiga, mais do que apenas cantando como Amanda Seyfried - sendo, naquele momento, uma Savannah apaixonada, prometendo que vai ficar ali pra sempre e pedindo pra que John não vá embora.
As músicas, a partir daí, carregam sempre uma pontinha mais forte de melancolia e tristeza. Temos os meio desconhecidos Fink, Rosi Golan e Deborah Lurie - com a música instrumental tema do filme. E temos minha surpresa número 3 . Que é também minha faixa favorita.

"Dear love all i ask is that you hold on"


FAIXAS
01. Schuyler Fisk and Joshua Radin - Paperweight
02. The Swell Season - The Moon
03. 311 - Amber
04. The Donkeys - Excelsior Lady
05. Wailing Souls - Things & Time
06. Amanda Seyfried - Little House
07. Fink - This Is The Thing
08. Rosi Golan - Think Of Me
09. Rachael Yamagata & Dan Wilson - You Take My Troubles Away
10. Deborah Lurie - Dear John Theme

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