sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Amor nos Tempos do Cólera

(Love in the Time of Cholera, de Mike Newell)


Acho que antes de falar sobre "O Amor nos Tempos do Cólera" eu devo falar sobre como foi intensa a minha paixão pelo filme antes mesmo de tê-lo assistido (típico da Lucy). Eu vi o trailer. E o trailer é lindo. Ele é todo romântico, e aquele casal que se ama e não pode ficar junto, e as cartas, e o desespero dela, e a certeza e a paixão dele, e a música e a voz perfeitas da Shakira ao fundo. Lindo, lindo, lindo. Um dos trailers mais lindos que eu já vi. Lembro de tê-lo visto na TV e no cinema e no youtube e de ter feito o download da música e escutá-la overandover. Foi um daqueles filmes que eu já estava pronta pra ir ver no cinema sem nem ter lançado e que eu tinha certeza de que iria ser meu filme favorito por muito tempo. Aí, tive a ideia de ler o livro do Gabriel Garcia Marquez antes de assistir ao filme. E o filme foi lançado. E acho que eu comecei a estudar pras provas. E um amigo meu me fez desistir da ideia de ler o livro "pra dar uma chance ao filme". E foram ver o filme sem mim. E aí saiu de cartaz. Simples assim. Deu, no final, que eu não li livro nenhum e também não vi o filme. Só sei que quando saiu em DVD toda aquela euforia de quando vi o trailer pela primeira vez já tinha passado. Acabei lembrando desse filme ontem e resolvi locar pra ver no que dava.
Aqui percebo que não tê-lo assistido quando deu toda aquela vontade foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Acho que não tem quase nada pior em termos de cinema do que criar uma expectativa MUITO grande em relação a um filme e se decepcionar. Só sei que, se não tivesse havido esse hiato de um ano, provavelmente "Amor nos Tempos do Cólera" teria sido A decepção da minha vida. Como houve, o que aconteceu foi que assisti a um filme completamente diferente do que eu esperava e que não me cativou nem um pouquinho.
Não é que ele seja ruim. Ele só não é aquilo que eu gostaria que fosse.
A história de amor dos 2 minutos de trailer não pode ser a mesma daquela primeira meia hora de filme. Eu não gostei de nenhum dos personagens. Nenhum. Florentino é fraco, romântico demais (a ponto de ser enjoativo), ele beira a loucura e, mais de uma vez, perde completamente os traços masculinos - que já lhe são poucos. Fermina, entre uma cena a outra, passa de heroína romântica faço-tudo-pelo-nosso-amor a mulher desiludida com a vida que não quer nem olhar na cara do ex-amado - esse fato, em si, não é um problema. O problema é que, em momento algum, o filme nos explica como ou porque isso acontece. Só joga na tela essa nova personagem conturbada e chata e espera que nós, telespectadores comportados, aceitemos isso na boa. Tipoassim, NOT. Com os coadjuvantes sobram papéis pouco marcantes, pouco emocionantes e, por várias vezes, ridículos. Ridículo, eu digo, no melhor estilo "Quinto dos Infernos" (sim, a da Globo). Por aí já dá pra ter uma ideia.
Tentando ser um pouquinho justa, tem uma personagem - e uma só - interpretada por Indhira Serrano(qm?) que parece realmente ter alguma consistência. Ela aparece durante menos de um minuto e não fala absolutamente nada, mas em um gesto, um olhar, consegue transparecer toda a emoção que o filme não conseguiu. Quase chorei nessa cena. :')
Ah, e tem a sempre ótima Fernanda Montenegro - interpretando um papel que lá pelas tantas beira o risível, ok - mas que, mesmo assim, continua impecável. Pagaumpauenormepraela. Quando ela encosta a cabeça na cama e reza pedindo pra que a dor do filho passe, genteeem, muito bom.
Muito bom é também a maquiagem que fizeram no Javier Bardem velhote. MARA! E deu de muitos bons. u.u' já fui boazinha demais.
Então, de novo, não é que o filme seja ruim. Ele não é ruim. Ele só é diferente do que eu gostaria. Diferente demais. Não senti, em momento algum, toda aquela paixão, todo aquele amor que eu senti vendo o trailer. A música linda da Shakira que salvaria o filme, não toca durante tempo o suficiente pra preencher todo o vazio sentimental das cenas. Minha dica: fiquem com o video clip da música Hay Amores e com o trailer. Fiquem, também, com a primeira imagem do filme: que é além de surpreendente, linda *e que, aliás, eu não tenho aqui. então apreciem-na quando vocês o assistirem hehe*



Pra quem quiser baixar a trilha sonora com as músicas da Shakira e do Antonio Pinto (?): Parte 1 e Parte 2. Senha para descompactar: Honey (com o H maiúsculo mesmo)

Um comentário:

Carioca'. disse...

Então eu vou falar: ODIEI o filme, nem vi tdo q nao aguentei aquela melação sem nexo :S