quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Happenstance

(de Rachael Yamagata)
 Rachael Yamagata (e o CD "Happenstance") foi uma das coisas que mais fez sentido pra mim até hoje, quando se trata de música. Vários outros artistas já fizeram, também, muito sentido e já significaram muita coisa. Jamie Cullum e os seus "céus de londres"; Titãs com os cegos do castelo; e, durante uma eternidade, The Sconhecidos e a versão linda de "Dia Branco". Capital Inicial, Chico Buarque, Shakira, Pink, Papa Roach, Metallica, Ana Carolina e uma infinidade deles e das suas canções que sempre se encaixavam em algum momento. Mas aí tem esse álbum, dessa garota com um nome estranho, e músicas tão, tão cheias de significado que eu me pergunto porque nunca escrevi sobre. Acho que Rachael Yamagata é pessoal demais e até hoje as letras e as melodias alimentam sentimentos e lembranças tão meus que fazer uma análise crítica não é tri.
A primeira música que ouvi dela foi "Reason Why" - e suas inúmeras versões youtubísticas.

"I'll track you on the radio, and
I'll find your list in a different name
But as close as I get to you
It's not the same"


e pode ser por eu ser sentimental e bobona demais, mas tem vezes que os olhos da gente enchem dágua ouvindo música, eaí a gente canta com toda força aquela parte da letra tão especial e que parece ter sido escrita exatamente pra ti. poisé.
Não demorou pra que baixasse o CD e conhecesse tantas outras poesias e melodias. E aí tem o piano forte e sempre presente em algumas músicas como "Letter Read" e aquela voz braba da Sra. Yamagata perguntando

My love, my love, my love, how could you do this to me?

 e logo depois cantando de um jeito tão desesperado e bonitinho

"But all I have is your letter read
And I cannot get it out of my head
And I'm afraid, and I can't breathe,
And I'm in love with you
But you are not with me"


então o que ela canta se encaixa exatamente nos nossos temores e filosofias que chega a ser engraçado.

Aí tem "Be Be Your Love" e todo o peso e tristeza dos romances impossíveis, daqueles que todo o mundo é contra e a mera imaginação é proibida;

"And everybody's talking how I, can't, can't be your love
But I want, want, want to be your love"


tem as notas agudos e o ritmo divertido de "I Want You" que inspirou tantas histórias e tantos desejos;

"The only kiss, I ever miss, I shared with you
The other cities hold a memory still of a place
But, when I dream of London, I can only see your face"


tem a esperança e a melodia baixa e quieta de "I'll Find a Way" - que vai ficando mais alta e forte a cada segundo;

"And I'll find a way to see you again"


tem "Meet me by the wather", que tocou over and over e eu nunca canso de ouvir, embalando perfeitamente na minha imaginação o filme "Desejo e Reparação"

"Would you meet me by the water tonight
'Cause I'm ready to break all the rules"


eaí eu me lembro que já havia ouvido Rachael Yamagata antes, na ótima trilha sonora de "Elizabethtown", cantando "Jesus Was a Crossmaker". E lembro também, que aquela canção que toca no fim de "Terapia do Amor" e que é uma das músicas-mais-perfeitas-para-uma-cena está na voz dela e, de repente, "I Wish You Love" ganha um espaço ainda maior na minha caixinha cerebral de músicas preferidas.

"My breaking heart and I agree, that you and I could never be
So with my best, my very best, I set you free"


Enfim. Rachael Yamagata e "Happenstance" foram - e são - perfeitos pra mim. Fazem parte da minha vida, são um pedaço importantíssimo da minha trilha sonora e são cheios de sentimento. Espero, de verdade, que signifiquem pra vocês pelo menos um pouquinho do tanto que significam pra mim.

Download "Happenstance" aqui

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O 5º Passo

(Levity, 2004, de Ed Solomon)
Antes de mais nada, "O 5º Passo" foi classificado no gênero de drama. Tá,naoseiporquecomeceifalandoisso. Grandecoisa. Vamos de novo. "O 5º Passo" é, antes de mais nada, um filme sobre arrependimento. Sobre ser perdoado. É também sobre o egoísmo do homem, e sobre como tudo o que fazemos é para nosso próprio bem. Conta a história de um homem que busca redenção depois de 23 anos na cadeia; a história de uma garota sem perspectiva nenhuma; é também a história de outro homem, de uma mulher e de um filho e de que modo a doação, a morte e a vingança podem afetar nossas vidas.
Tem essa cara de ser meio alternativo, quase ninguém conhece, mas na verdade é uma história boa, consistente, com gente de verdade e suas personalidades se misturando entre os personagens. (E pra quem tem receio de se deparar com coisas bizarras à là "A Passagem", pode ficar tranquilo, que não tem nada a ver.) No mais, temos Sir. Morgan Freeman e a semprelinda Kirsten Dunst. =)
Eu, particularmente, gostei bastante do filme. Mas nem achei um "life'schangingmovie". Anyway, fikdik.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sherlock Holmes

(de Guy Ritchie, 2009)
Antes de mais nada e só pra constar: esse é o meu tipo de filme preferido! Cenas grandiosas, ação, pancadaria, ritmo frenééético e um pouco de humor ácido. Perfeito. *-* Agora, deixando de lado meus caprichos cinematográficos convencionais (q?) falemos sobre "Sherlock Holmes".
Não assisti a nenhuma adaptação "old" dos livros de Sir. Arthur Conan Doyle, então fazer uma comparação não é uma boa ideia. O que dizem os críticos de verdade por aí (e eu ratifico xD) é que esse Sherlock tem mais ação. It's true. E não só tem mais ação como também é mais rapidinho (não, ação não é sinônimo de velocidade). E isso é bom. Todavia, um dos elementos que mais chamou minha atenção é o ritmo. Assim mesmo, o filme não se perde, não fica cansativo, não tem cenas WOOOWMASTHERFUCKERSQUEBRATUDO muito longas, diálogos na medida certa pra essa proposta. E então, marcando esse ritmo, temos a trilha sonora FANTÁSTICA do mestre Hans Zimmer (pra quem nãotáligado, ele é o gênio por trás de "Piratas do Caribe", "August Rush" e - sim! - "O Rei Leão"). Portanto, como não poderia deixar de ser, a trilha sonora está impecável, marcando ainda mais o ritmo do thriller.
De resto, temos o roteiro, fraquinho, leve, fácil e divertido, com um mistério interessante no nível Holmes, mas nada que vá mudar a vida de quem assiste. As risadas são garantidas pela ótimo Sherlock do Robert Downey Jr. (que, aliás, ganhou o Globo de Ouro por Melhor Ator de Comédia -oi?) encarnando um detetive problemático, meio psicótico, inconveniente, boçal e, óbvio, com um raciocínio lógico e dedutivo um pouquinho acima da média. Bem diferente do Holmes sério e quadradão que eu conheci na minha infância - e, aliás, bem mais engraçado. Completando o circo, tem o (lindinhoooefofo) Jude Law, sendo um Watson bem mais bonito do que eu imaginava e tem a Rachael McAdams, sempre cutie, sendo sedutora e misteriosa - me lembrou, bem de canto, a Helena Bonham Carter (Bellatrix Lestrange, em Harry Potter), viagemdaLucypff -.
Anyway, vale a pena. Acho que eu daria 4 pipocas, mas deixa isso pro pessoal aqui do lado.

obs: não acredito que fiz um post sobre Sherlock Holmes e não usei a palavra elementar nenhuma vez. triste.
obs2: esqueci de comentar, também, que muita gente me disse que achou o filme "escuro". eu achei ele estranhamente preto-e-branco (talvez monocromático fosse uma expressão melhor, whatever).

sábado, 23 de janeiro de 2010

Na Natureza Selvaegm

(Into The Wild)

 A primeira vez que assisti "Na Natureza Selvagem" foi ano passado. Lembro que foi um daqueles filmes que já de cara fazem a diferença. A história me envolveu completamente, e depois de meia hora assistindo eu já não percebia as músicas nem as imagens, tamanho era o mergulho que eu tinha dado pra dentro do que estava sendo contado. Tem gente que quando isso acontece diz que "o filme te prende" e eu acho que foi mais ou menos isso que aconteceu mesmo: o filme me prendeu e eu me emocionei até o máximo que a Síndrome Lucyanística permite. Bom, tudo isso pra eu concluir que o filme é lindo e maravilhoso.
Meses depois (no caso, hoje) assisti-o pela segunda vez. E, vamlá, o filme nunca é o mesmo: cada vez que vemos um filme, ele muda. Ele se adapta aos olhos de quem está na frente da tela, ao momento, às vivências e aos sentimentos do espectador sendo que o mesmo filme assistido no sábado ou na segunda-feira são duas películas completamente diferentes e únicas. Não é que dessa vez tenha me "prendido" menos; eu só consegui vê-lo com a mente mais ampla.
A consequência disso é que eu não só ratifiquei (comprovei) que o filme é realmente sensacional e emocionante, como percebi todo aquele universo constituinte da arte que está fortemente presente em "Into the Wild", mas que não havia enxergado na primeira vez.
A trilha sonora, impecável, ocupa um espaço muito maior do que o comunmente ocupado por elas. Ela não só acompanha o filme, do início ao filme. As músicas, em "Into The Wild" SÃO o filme - e, não, ele não é um musical -, elas estão dentro dele, são os músculos, dão sustentação, preencheminto, cor, força... enfim, amarram-se de tal forma com as cenas e com a história que deixam de ser apenas canções para originar sentimento, vida.
Aproveitando o link, MEUDEUS, AS CENAS. A FOTOGRAFIA É LINDA,LINDA,LINDA. Mil vezes linda. É perfeita, e mágica, e colorida e, o mais incrível de tudo, ela é assombrosamente REAL. Todas as imagens, todos os momentos, todas as paisagens, cada detalhe, cada planta. Tudo é maravilhoso. Chega a dar a impressão de que o mundo apresentado no filme é muito mais belo do que o nosso, dá vontade de sair correndo e conhecer todos os lugares, sentir tudo aquilo com o que aquelas imagens estão carregadas.
Emile Hirsch (o pivete de "Um Show de Vizinha") está impecável no papel principal, sem deixar espaço pra dúvidas e, o mais importante, constituindo o espírito e o cordão humano do filme. A história, bytheway, é a de um jovem relativamente rico que decide deixar tudo pra trás - família, casa, dinheiro - para ir viver no meio da selva. Parafraseando o próprio filme: "liberdade total". Claro que a história é MUITO mais que isso, mas se eu contar estraga a surpresa.
Recomendo, também, para quem vai assistir, que não procure muitas informações, que não saiba muita coisa. Que não preste muita atenção na capa do DVD. Que simplesmente comece a assistir assim, meio que na ignorância.

E agora recomendo pra quem já assistiu que procure pelas referências, pelos "quotes". Que leia um pouco sobre a vida daqueles que o Cristopher lia, enfim, que vá um pouquinho além do filme. Vale a pena também.



"I love not man the less, but Nature more..."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lula - O Filho do Brasil

(de Fábio Barreto)



Antes de mais nada, vamos esclarecer uma coisa aqui. Política. Ah, porque foi lançando em ano de campanha eleitoral; porque foi o filme brasileiro mais caro já produzido até hoje; porque foi patrocinado por empresas que tem negócios com o governo; porque o DVD vai ser lançado por 10 pila. Pois é, tu vê só. Como isso é ruim, não? Aliás, absurdo E ruim. De repente, a gente tem um filme produzido no nosso país, que conta a história de uma personalidade nossa, que teve dinheiro suficiente pra realizar uma produção convincente e bela, e ainda por cima vai ser lançado em DVD por um preço acessível. Mas, como sempre, gostamos de apontar os defeitos. É prazeroso dizer que é uma porcaria de filme e que só tem esse auê todo porque é do Lula. Alô, óbvio. E qual o problema? Ao invés de ficar descendo o pau junto com todo mundo, deveríamos parar e pensar durante alguns minutos sobre a IMPORTÂNCIA que isso pode vir a ter. Ao invés de abrir a boca pra criticar, deveríamos abrir os olhos, ser um pouco otimistas, porque, quem sabe, essa não é a janela aberta que a gente precisava pra conseguir mais investimentos empresariais no cinema, pra conseguir vender um DVD por um preço melhor... Enfim. Deixando a bagunça, vamos ao filme.


Agradar a todos é impossível, fato. Quando se fala de filme brasileiro, é mais difícil ainda, por causa de todo o preconceito e etc. E, pra dificultar ainda mais, é brasileiro E polêmico. Logo, a tendência matemática natural é que sejam apontados muito mais os defeitos do que as qualidades. Por isso, comecemos pelo negativo. A primeira impressão da Lucy (quem vos fala) é que o filme, às vezes, fica meio sem ritmo. Não é lentidão, é só a falta de uma linha imaginária mais bem costurada entre uma cena e outra. A crítica do Omelete aponta que "o lado político de Lula foi escondido" - e a Lucy acha que, se o filme tivesse sido focado nisso, estaríamos criticando o excesso de politicagem no filme. É verdade, sim, que em alguns momentos deixa um pouco a desejar e que em outros lembra - muito - "2 Filhos de Francisco", é verdade, também, que não é o filme com mais reviravoltas na trama, e que às vezes os sentimentos são mostrados de modo bem óbvio, mas nem tudo precisa ser sempre difícil e abstrato e cult. "Lula - O Filho do Brasil" é um filme fácil e isso - independentemente do motivo - não é um defeito, é só uma característica.
Na verdade, antes de ele ser sobre um garoto pobre, que passou por inúmeras dificuldades até se tornar um grande líder sindicalista e depois presidente do Brasil, antes de tudo isso, é um filme que não precisava ser sobre o Lula. Poderia ser só "O Filho do Brasil", ou melhor, "Os Filhos...". É a história de uma mãe, de uma mulher que tem de ser forte, batalhadora, que sofre e apanha da vida o tempo todo, mas que não perde o amor, a alegria, a esperança e o otimismo. É a história das crianças que não tem infância, que trabalham, que têm fome, que apanham porque querem jogar futebol ao invés de vender laranja na rua. É também a história de um povo que não tem acesso à saúde, onde o sistema é precário e não funciona, que vive à mercê da sorte. Ok, é a biografia do cara que hoje é presidente da República, mas é também as cenas da vida real de muita, muita gente.
A beleza de algumas cenas surpreende durante as duas horas. Volta e meia, entre um acontecimento e outro, temos a imagem do campo, do céu; da casa, com toda sua assimetria; da multidão enlouquecida no estádio de futebol. São cenas bonitas, bem feitas, com uma delicadeza e um ponto de vista surpreendentemente belos.
"O filme foi feito pra emocionar", alguns diriam e, realmente, emociona. Não é o ponto alto do cinema dramático, mas a história é muito linda e muito triste. Fazer a Lucy lacrimejar com algum filme não é a tarefa mais difícil do mundo, mas mesmo assim tá. u.u .


Por fim, eu queria dizer de um jeito bem legal que "o filme do Lula" fale a pena ser visto deixando de lado todo o sensacionalismo que está sendo feito, qualquer preconceito e todo o resto, vale a pena ser visto sem empáfia e com um pouquinho de boa vontade, porque conta uma história muito bonita, muito emocionante e muito humana. Mas aí eu li uma frase na revista MOVIE e acho que seria digno copiá-la aqui (fikdik: a edição nº4 está muito boa, cheia de comentários sobre os lançamentos Oscarístico e com uma matéria muito interessante sobre o filme comentado aqui). Maurício Angelo disse "Nos braços do povo, o melodrama épico encontra seu auge. A sensação do dever realizado se confunde com o que poderia ser e não foi. Daí a necessidade de assisti-lo como ser humano, apartidário, não ideológico. Algo que, no fim, vale a pena fazer."

Ah, e eu quase esqueço: tem a linda da Cleo Pires *-*

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Alice

(mini-série; Syfy)
Antes que alguém pergunte, não, NÃO é o filme do Tim Burton.  


Essa "alice" é uma mini-série conhecida como "Two Night Event", transmitida pelo canal norteamericano SYFY no finalzinho do ano passado; são dois episódios, cada um com cerca de 1h30, adaptando o romance de Lewis Carrol diretamente pra telinha. Aliás, mais do que adaptando, eu diria, inclusive, recriando.
Incrivelmente bem bolado e super criativo (o que anda meio difícil de se ver ultimamente, entre tantas séries àlà BarradosnoBaile e tantas adaptações "suspeitas" pro cinema e pra televisão), "alice" surpreende nos detalhes e na inovação ultra-contemporânea que insere na história infantil. Aliás, infantil não. Não essa alice.

O enredo, como eu disse, recria a história contada nos dois livros - o "Alice no País das Maravilhas" e "Alice Através do Espelho - dando um toque de modernidade, mas sem perder o encanto e o mundo de fantasia louco e pirado com o qual estamos tão acostumados. Pelo contrário, ele é permeado de referências e piadinhas à outras histórias e filmes, divertindo quem assiste e tenta desvendá-las.
Somos apresentados a uma Alice (Caterina Scorsone) sonhadora, namoradeira e, como não poderia deixar de ser, um tanto quanto curiosa; damos de cara com um Chapeleiro (Andrew Lee-Potts) divertidíssimo, picareta e aproveitador; e, pra fechar com chave de ouro (ou seria de copas? haha,quehorror), a maravilhosa Kathy Bates encarnando impecavelmente uma Rainha que extrapola o estereótipo, com uma imagem super nova, mas sem perder o clássico de Lewis.
Os efeitos especiais deixam a desejar - o que é uma lástima - assim como a fotografia: parece que falta um pouco de qualidade na cor, em uma ou outra cena (talvez porque eu tenha assistido no computador, em um arquivo que não tinha lá a melhor qualidade do mundo).. não é nada que prejudique o bom andamento do "filmezinho", mas que dá vontade de comprar os DVD's e assistir em uma telooooona, isso dá.


Surgindo das cinzas em meio ao universo de fofocas, garotas, vampiros e Louis Vitton que dominou os seriados, "alice" salva e diverte bastante durante 3 horas em uma noite (ou 1 hora e meia em duas noites ._. ), deixando quem vê naquela vontade de "eu queria um pouquinho mais".

No mais, temos o site da Syfy com alguns créditos, entrevistas e fotos muito legais pra depois de assistir a série.
Kisses 

Download
 Torrent - Parte 1 e Parte 2
Megaupload/Rapidshare -
Parte 1 e Parte 2
Legendas (necessita cadastro grátis) - Parte 1 e Parte 2
 


Avatar

(de James Cameron, 2009)
 acesse também a crítica do Pipocas: "Avatar" no Pipocas em Ação


O filme é lindo, LINDO e lindo. Mil vezes lindo. Ele é mágico, colorido, surreal. Lindo em todos os aspectos.
Começando pelo fato de ele ser tecnologicamente bonito. É uma mega-ultra-blaster produção, e eu adoro elas. A computação utilizada do melhor jeito. O 3D fazendo seu papel desde a primeira cena, quando os pontos de luz aparentemente "saem" da tela e ficam pairando na sala de cinema. Um parênteses aqui: Avatar NÃO é um FILME em 3D. O que significa que se você espera ver aviões e flechas saindo da tela na sua diração, não vai acontecer. Ele é um filme que UTILIZA o lance das 3 Dimensões, mas nos seus detalhes, no cenário, no brilho: o que, inclusive, deixa o filme ainda mais belo.
A história é cativante. Talvez, mais cativante por causa do momento em que estamos vivendo. Não é que estejamos em um momento onde o ser humano é irresponsável, ganancioso e desrespeitoso em relação a natureza - na verdade, ele sempre foi assim. Mas eu acredito que, século XXI a dentro, mais do que antes, as pessoas estão PERCEBENDO isso. Estamos vendo que não dá pra sair destruindo tudo, que não dá pra bombardear todos quando queremos algo. Consciência é a palavra. E é exatamente aí que o filme prende.
Tem, sim, o velho pacotinho Hollywoodiano: o herói, a mocinha, o amor proibido, o "inimigo" do herói que disputa o amor da moça, o vilão inconsequentemotherfuckerbuuurro, enfim... uma série de personagens que, puxando um pouquinho pela memória, já vimos antes em vários filmes, séries e gibis. Contudo, isso não se torna em momento algum um problema. Embora muitos dos ingredientes sejam os mesmos, a receita é NOVÍSSIMA.
"Avatar" é isso. É inovador e lindo. Todo o cenário, todas as imagens, a ideia e o modo como o filme gira ao redor dessa ideia faz com o espectador exatamente aquilo que se espera de um filme (e que, ironicamente, tão poucos conseguem): te faz sentir. É uma experiência nova e cativante. Dá vontade de fazer parte daquele universo. Se eu tivesse a possibilidade de imaginar tudo de novo, imaginaria exatamente igual.
Sinto-me obrigada a parafrasear aqui algo que um amigo meu disse: "Em Avatar, você realmente quer que o filme continue." E é essa a sensação que acompanha durante todas as quase 3 horas de filme. Você não quer que acabe. Ele não cansa, não chateia, não repete.
Enfim, Avatar é lindo. É tudo o que eu gostaria de fazer. É isso, é meu filme preferido.
Admito que para escrever uma crítica mais consistente precisaria deixar a poeira do sentimento baixar um pouco, perder alguns gramas de estupor e excitação, assistir mais algumas vezes nas outras versões (sem o 3D e dublado)... enfim, deixar a paixão passar um pouquinho pra eu poder escrever alguma coisa com o cérebro.
Mas né, tanto faz... "Avatar" é tão, tão lindo. E tem gente que não acredita em amor à primeira vista.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Trois Couleurs - Bleu, Blanc, Rouge

"A Trilogia das Cores"
(A Liberdade é Azul, 1993
A Igualdade é Branca, 1994
A Fraternidade é Vermelha, 1994
de Krzysztof Kieślowski)


Então, é francês. Ou melhor, são franceses? Ok. por partes.
Cap. 1 - WTF????!!
A Trilogia das Cores são 3 (!!!) filmes dirigidos pelo polonês aí de cima. É uma produção diferente e que já de cara começa "zombando" do nosso conhecimento: com as 3 cores da bandeira da França e as 3 palavras do lema da Revolução. Como eu disse, de cara já da pra perceber que vai ser diferente e francês.
Cap. 2 - Sinopsiii
 À primeira vista, as histórias chamaram bem minha atenção, mas bastaria eu ter que pagar pra assistir os filmes que teria colocado-os de volta na instante no momento que li o textinho no verso do DVD. Digamos assim, que não é o enredo mais atrativo do mundo - e bem mal escrito na contracapa, fato. Azul conta a história de uma moça (Juliette Binoche, sempre inacreditavelmente linda) que, ao sofrer um acidente de carro perde a filha e o marido. Branco é sobre um polonês que, humilhado pela esposa (Julie Delpy), resolve voltar para a Polônia. e no Vermelho tem essa moça que atropela um cachorro e acaba entrando na vida de um velho. E aí, se eu contar qualquer outro detalhe além desses, puft, ops, contei toda a história. Digamos assim, que não é a história com maior número de detalhes e reviravoltas do mundo (o que, por si só, não é um problema). Mas aí entra o silêncio francês, e os olhares, e a música instrumental no fundo, e a história vai indo, assim, passando na tela meio que sozinha, resultando que se torna necessário um puta esforço pra assistir do início ao fim. Em outras palavras, lento pra caramba.
Cap. 3 - couleurs
Por outro lado, se as histórias são meio maçantes e não me emocionaram, a fotografia é muito bela MESMO. O modo como são filmados, o bom uso que é feito das cores - a chuva, a neve, a madeira - em todos os 3 é simplesmente espetacular. O polonês cativa a gente pelos detalhes, pela paisagem, pelo cenário, transformando sua trilogia em uma verdadeira obra de arte. Como se fossem três quadros, lindos, muito bem pintados e em movimento. Mas são só quadros.
Cap 4 - o fundo sonoro
Muito bem feito também, como toda a parte artística. As músicas são bonitas, combinam com as cenas e acompanham o filme, preenchendo - em parte - alguns dos silêncios insuportáveis. Confesso que não me marcou nem um pouco, mas com certeza aliviou a tensão das imagens, facilitando o andar da história.
Cap 5 - da filosofia
Por último vale, só um pouquinho, filosofar sobre as cores e como elas se encaixam em cada filme. [spoiler] Não o motivo pelo qual cada virtude é uma cor, mas sim como ela se encaixa na (pouca) história.O único deles que isso ficou bem nítido pra mim foi em "A Liberdade é Azul", onde se vê essa mulher que tenta se livrar de tudo, absolutamente tudo, o que teoricamente deveria deixá-la livre, não? Não. Ser livre não é ser só, não ter laços com ninguém e com nenhum lugar, ser livre é mais, é um estado de aceitação. Acredito que a personagem alcance essa liberdade justamente na última cena, quando suas lágrimas se confundem com a chuva. Bem lindo.
Acontece que eu, em toda minha ignorância, não vi nenhum sentido tão "básico" nos outros dois. "A Igualdade é Branca", o pior dos três, sai do nada e vai pra lugar algum, e um tema que poderia ter sido tão bem explorado, a "igualdade" e o que ela significa, cai no vão da chatice entre a comédia que não faz rir e o drama que não emociona. bem triste =(.
E "A Fraternidade é Vermelha", bem, bem interessante, deixa a sensação de "acho que eu perdi alguma coisa" quando chega ao seu final. Tão lento quanto os outros dois e com uma história tão mal definida também, acaba surpreendendo pelo modo como a vida dos personagens vai sendo levada por uma espécie de "destino" controlado pelo diretor, até se cruzarem todos no seu final. Surpreendente, divertidinho, mas nada ohmygodquefilmeespetacular.

Vale deixar aqui 3 conselhos.
1º Assistam, vale a pena. Praqueles amantes do cinema que têm a cabeça mais aberta e apreciam coisas alternativas, são três filmes, no mínimo, interessantes. No máximo, amáveis e lindos. Então, vale o tempo investido.
2º Assistam os três, na ordem certa =) coisa que eu, dã, óbvio, não fiz.
3º porfavor, NEM pensem em fazer a INSANIDADE de passar 4h30 na frente da TV assistindo-os em sequência. NÃO. Guardem esse tipo de loucura pros fãs de Harry Potter. Deixem o tempo necessário entre um e outro pra absorver, descansar e ter vontade de ver o próximo. Dêem uma chance pra trilogia cativar pela beleza, não assassinem ela em um único dia.

Au revóir, abajour!