terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Trois Couleurs - Bleu, Blanc, Rouge

"A Trilogia das Cores"
(A Liberdade é Azul, 1993
A Igualdade é Branca, 1994
A Fraternidade é Vermelha, 1994
de Krzysztof Kieślowski)


Então, é francês. Ou melhor, são franceses? Ok. por partes.
Cap. 1 - WTF????!!
A Trilogia das Cores são 3 (!!!) filmes dirigidos pelo polonês aí de cima. É uma produção diferente e que já de cara começa "zombando" do nosso conhecimento: com as 3 cores da bandeira da França e as 3 palavras do lema da Revolução. Como eu disse, de cara já da pra perceber que vai ser diferente e francês.
Cap. 2 - Sinopsiii
 À primeira vista, as histórias chamaram bem minha atenção, mas bastaria eu ter que pagar pra assistir os filmes que teria colocado-os de volta na instante no momento que li o textinho no verso do DVD. Digamos assim, que não é o enredo mais atrativo do mundo - e bem mal escrito na contracapa, fato. Azul conta a história de uma moça (Juliette Binoche, sempre inacreditavelmente linda) que, ao sofrer um acidente de carro perde a filha e o marido. Branco é sobre um polonês que, humilhado pela esposa (Julie Delpy), resolve voltar para a Polônia. e no Vermelho tem essa moça que atropela um cachorro e acaba entrando na vida de um velho. E aí, se eu contar qualquer outro detalhe além desses, puft, ops, contei toda a história. Digamos assim, que não é a história com maior número de detalhes e reviravoltas do mundo (o que, por si só, não é um problema). Mas aí entra o silêncio francês, e os olhares, e a música instrumental no fundo, e a história vai indo, assim, passando na tela meio que sozinha, resultando que se torna necessário um puta esforço pra assistir do início ao fim. Em outras palavras, lento pra caramba.
Cap. 3 - couleurs
Por outro lado, se as histórias são meio maçantes e não me emocionaram, a fotografia é muito bela MESMO. O modo como são filmados, o bom uso que é feito das cores - a chuva, a neve, a madeira - em todos os 3 é simplesmente espetacular. O polonês cativa a gente pelos detalhes, pela paisagem, pelo cenário, transformando sua trilogia em uma verdadeira obra de arte. Como se fossem três quadros, lindos, muito bem pintados e em movimento. Mas são só quadros.
Cap 4 - o fundo sonoro
Muito bem feito também, como toda a parte artística. As músicas são bonitas, combinam com as cenas e acompanham o filme, preenchendo - em parte - alguns dos silêncios insuportáveis. Confesso que não me marcou nem um pouco, mas com certeza aliviou a tensão das imagens, facilitando o andar da história.
Cap 5 - da filosofia
Por último vale, só um pouquinho, filosofar sobre as cores e como elas se encaixam em cada filme. [spoiler] Não o motivo pelo qual cada virtude é uma cor, mas sim como ela se encaixa na (pouca) história.O único deles que isso ficou bem nítido pra mim foi em "A Liberdade é Azul", onde se vê essa mulher que tenta se livrar de tudo, absolutamente tudo, o que teoricamente deveria deixá-la livre, não? Não. Ser livre não é ser só, não ter laços com ninguém e com nenhum lugar, ser livre é mais, é um estado de aceitação. Acredito que a personagem alcance essa liberdade justamente na última cena, quando suas lágrimas se confundem com a chuva. Bem lindo.
Acontece que eu, em toda minha ignorância, não vi nenhum sentido tão "básico" nos outros dois. "A Igualdade é Branca", o pior dos três, sai do nada e vai pra lugar algum, e um tema que poderia ter sido tão bem explorado, a "igualdade" e o que ela significa, cai no vão da chatice entre a comédia que não faz rir e o drama que não emociona. bem triste =(.
E "A Fraternidade é Vermelha", bem, bem interessante, deixa a sensação de "acho que eu perdi alguma coisa" quando chega ao seu final. Tão lento quanto os outros dois e com uma história tão mal definida também, acaba surpreendendo pelo modo como a vida dos personagens vai sendo levada por uma espécie de "destino" controlado pelo diretor, até se cruzarem todos no seu final. Surpreendente, divertidinho, mas nada ohmygodquefilmeespetacular.

Vale deixar aqui 3 conselhos.
1º Assistam, vale a pena. Praqueles amantes do cinema que têm a cabeça mais aberta e apreciam coisas alternativas, são três filmes, no mínimo, interessantes. No máximo, amáveis e lindos. Então, vale o tempo investido.
2º Assistam os três, na ordem certa =) coisa que eu, dã, óbvio, não fiz.
3º porfavor, NEM pensem em fazer a INSANIDADE de passar 4h30 na frente da TV assistindo-os em sequência. NÃO. Guardem esse tipo de loucura pros fãs de Harry Potter. Deixem o tempo necessário entre um e outro pra absorver, descansar e ter vontade de ver o próximo. Dêem uma chance pra trilogia cativar pela beleza, não assassinem ela em um único dia.

Au revóir, abajour!

Um comentário:

W. R. SANTHOS disse...

Vlw pela visita no meu blog, o teu é ótimo também, jah to seguindo ele, segue o meu tbm. Abraço